Resumo: |
O stalking não está ligado a, de forma inocente, acompanhar a vida de alguém na
rede social, curtir e comentar suas fotos de forma despretensiosa. O uso popular da
palavra stalking, na verdade, em pouco se assemelha da conduta criminosa a qual o
termo é, mundialmente, utilizado. Nos Estados Unidos e na Europa, stalking - como
uma conduta de importunação, assédio, vigilância e perseguição que, por meio de
práticas reiteradas, utilizando ferramentas eletrônicas ou não, causando perda
significativa da tranquilidade e violação da privacidade – já é considerado crime,
previsto no Código Penal de suas nações ou Estados independentes. No Brasil, não.
Este trabalho tem como objetivo retratar a realidade deste comportamento que, cada
vez mais, com a tecnologia fazendo parte da vida cotidiana, cresce na sociedade
brasileira, apresentando ser, inclusive, uma conduta que majoritariamente vitimiza
mulheres, portanto tem viés de crime de gênero. O propósito deste trabalho,
portanto, é levantar o tema no meio acadêmico como um assunto atual e provar sua
importância, uma vez que até o ano de 2019, são poucos os trabalhos brasileiros
que abordam o stalking como objeto de estudo científico. Nos próximos capítulos, o
stalking é discutido de forma ampla, com caráter quase que educativo, introduzindo
o leitor a esta prática e suas variáveis. No livro-reportagem, apresentado como
produto jornalístico construído a partir da investigação científica, depoimentos de
vítimas demonstram, na prática, como os efeitos do stalking e do cyberstalking
podem oferecer danos à saúde, em seus diferentes aspectos. A longo prazo, o
intuito é que, com uma consciência difundida sobre o tema, a sociedade brasileira
esteja pronta para pressionar os poderes executivo e legislativo a criar medidas
concretas de proteção da vítima e de punição e reeducação ao agressor e,
sobretudo, esteja pronta para reconhecer vítimas e entender o real sentido desta
conduta. |